sábado, 13 de outubro de 2007

Minhas Mulheres e Meus Homens | Mário Prata

O Mário Prata foi mais um dos meus "grandes achados tardios", um hábito que cultivo faz um tempo, de achar foda alguma coisa que tá todo mundo cansado de saber que é bom.

Neste livro inusitado Prata usou a sua bombada agenda telefônica e foi, letra por letra, pessoa por pessoa, contando um ou mais "causos" sobre todo aquele povo, famoso ou não (mais famoso do que não, na verdade). Além disso ainda transformou a leitura num exercício interessante, oferecendo ao leitor duas opções: ler o livro como foi impresso, na ordem alfabética, ou usar o índice cronológico e acompanhar os acontecimentos conforme a vida do cara vai passando. Como a recomendação do autor é pra que opte-se pela segunda opção, fui nessa e não me arrependi.

A infância bucólica no interior de São Paulo rapidamente dá lugar à uma cena cultural efervescente na capital, onde Mário viu e conviveu de perto com grande ídolos, ícones e sex symbols de toda uma geração - além dos saborosíssimos figurantes que não fazem feio nas suas pontas. Pra não alongar muito, pode cair dentro sem susto que o material é de prima, mas lá vão dois avisos importantes:

1) Evite ler em locais públicos, como metrô, fila de banco, etc. A chance de você cair na gargalhada e pagar mico é enorme. Dá uma vontade danada de citar os trechos mais perigosos, mas não sou spoiler.

2) O cara é parceirão do Chico e do Rubem Fonseca, além de ter comido uma infinidade de mulher gostosa. Você vai invejar o nosso caro Mário, é fato. Mas é uma inveja boa...